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PAIS E FILHOS
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Um pai pagou a pensão de suas filhas quando menores de idade. Depois, com a maioridade delas, a obrigatoriedade de tal pagamento deixou de existir. Se elas quisessem frequentar uma faculdade, a lei ainda o obrigaria a arcar com as despesas educacionais, mas isso não ocorreu. Se mesmo assim elas e a mãe estivessem com necessidades financeiras para seus sustentos, ele as ajudaria. Infelizmente a mãe e as filhas, que gastam com inutilidades como: tatuagens, roupas de marca e estética preferem ser sustentadas do que trabalharem e/ou estudarem. Então, recorreram às leis e encontraram, através de advogado, algo sobre danos morais. A alegação é a de que sofreram com a ausência do pai, e entraram com ação indenizatória solicitando um valor de cem mil reais.

Se realmente sofreram a ausência paterna, ou se a preocupação fora apenas o capital, isso agora não vem ao caso. As leis são generalistas, e não individuais, e esse é apenas mais um caso dentre tantos outros espalhados por aí.

Agora um caso diverso do acima citado:

Uma mãe extremada e trabalhadora sustentou seus dois filhos, pois o pai não pagava pensão. Casou-se novamente e agora seu marido tinha condições de ajudá-la em todas as suas necessidades, e pediu à ela que desistisse da queixa de solicitação de pagamento de pensão na justiça, pois ficaria mal para as crianças saberem que o pai iria ser preso.

Ela assim o fez. Ele se casa novamente e ela cumpre a promessa de deixar as crianças com ele um dia por semana. O que ele e a madrasta aprontaram com esses adolescentes, agora também não vem ao caso. Quando seus filhos estavam com treze e onze anos de idade, ela teve mais um filho que foi amado e cuidado pelos pais. Então tudo parecia estar dentro dos conformes de uma família feliz e bem sucedida, porém, depois de 22 anos de casamento, cada qual foi viver sua vida. Esse pai/padrasto cumpriu com suas obrigações sem necessidade alguma de se recorrer às leis.

Os filhos cresceram, se formaram e constituíram suas famílias, cada qual indo morar em cidades diferentes das da mãe. Novamente ela se envolve com outro homem, e dessa vez, um matuto narcisista maligno, que ao fim de três anos tentou matá-la.

Depois de um tempo ela se casa com um rapaz 30 anos mais novo do que ela, porém bastante culto, inteligente e de idade mental maior do que dos seus 3 filhos juntos. Interessante notar que apesar de suas formações e círculos acadêmicos, dois filhos abandonaram a mãe, e a filha, apesar de oferecer ajuda e presenteá-la, parece tão distante quanto a terra do sol. O que há em comum entre as duas histórias, é que a mãe já pertencendo a terceira idade, poderia também solicitar danos morais por abandono que a levou ao estresse, a depressão, tristeza, afetando-a de maneira irreversível psicologicamente falando. É notório que muita gente não quer comprar amor, carinho e afeição, e ela é uma dessas pessoas, então, obviamente ela não lançará mão desse tipo de lei, ao contrário, mesmo estando em situação pior que a dos filhos, nada pede à eles (mesmo porque os dois homens não atendem ao menos um telefonema dela).

As pessoas estão cada dia mais focadas nelas, esquecendo de suas origens e aprendizados informais dados pelos pais. O egocentrismo é horrível e não deixa brecha para se pensar no outro. A humanidade continua a caminhar para o abismo do desamor, da ignorância e do TER. Nunca o SER foi tão rejeitado. A ditadura midiática faz com que todos não tenham mais tempo para o seu próximo. O distante tem sua consideração social, porém é quase sempre falsa. Pais e filhos, uma relação cada vez mais démodé. Procurar culpados é pura perda de tempo, apenas é bom lembrar aos jovens que provavelmente eles irão envelhecer, e que a genética está aí para lembrar que eles sofrerão em seus corpos e cérebros a dor do abandono, mesmo que tenham a felicidade de que isso ocorra de maneira leve e não tão frequente.

De qualquer modo a pergunta é: com a mente tomada pelo egocentrismo e a vontade de TER e PODER, pensarão de maneira consciente em seus futuros?

Eu mesma respondo: NÃO!

Anita Cimirro (10.04.2017)





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