Enquanto a máxima “coloque no lugar da outra, a pessoa que você mais ama” não for observada por todos os seres, jamais as dores alheias serão minimizadas.
Estressante e desesperadora é a impotência sentida por aqueles que dependem do tratamento de saúde, seja em qual área for (médica, odontológica, veterinária, laboratorial, farmacêutica etc), pois como se já não bastasse a doença em si, sobrecarregam-nos com papéis burocráticos que protelam o tratamento levando os pacientes a suportarem por mais tempo suas dores, e em alguns casos, o agravamento de suas doenças que podem terminar em óbito.
Para piorar ainda mais a situação (e isso é possível), o doente encontra pela frente os atendentes, apelidados de “chefes de cafezinho” ou “pequenos poderosos” que por detrás de seus balcões conseguem jogar mais pedregulhos na “via sacra” do infeliz. Desinteressados, inaptos, e muitas vezes sádicos, fazem o minimamente exigido por seus patrões. Ironicamente comentam com colegas de trabalho o quanto foram mal atendidos neste ou naquele lugar. Falam de trivialidades e riem da ignorância alheia, sem cogitar ao menos, que também são alheios aos seres que eles devem atender.
Infelizmente essas pessoas estão espalhadas por todos os cantos, mas graças aos imbuídos de boa vontade, profissionalismo e amor ao próximo, termina-se por não enlouquecer de desespero.
Os que sabem respeitar e doar um pouco do seu tempo para acalmar o doente já esgotado de dor e desamor, se sobrecarregam, mas é gente da melhor espécie que está ali não apenas para seu sustento, mas sim para fazer jus a classe a que pertence. São pessoas que unem a sua necessidade com as daqueles que o procuram. Provavelmente eles mal sabem o quanto servem de bálsamo aos outros. São assim porque são seres melhores, não interessando se já passaram por situações de desgaste ou constrangedoras; se sofrem ou se estão em paz consigo mesmos.
Um pergunta que quer ser ouvida e sanada: os profissionais, de dentro de suas salas, por um acaso já se questionaram sobre as ações dos seus subordinados, ou cogitam que os pacientes não retornam mais, ou alteram suas síndromes por conta dos seus subordinados?
O atendente deveria ser o “cartão de visita” do local de trabalho. Pensam nisso? Investem em seres humanos, ou em robôs mal acabados?
Enquanto em áreas cruciais como a da saúde existirem pessoas mal humoradas, ignorantes, desatenciosas, egoístas e nada humanas, por ora o doente é o mais atingido. Seria divino ver a concorrência aumentar. Com certeza patrões e empregados, depois de pouco pensar chegariam à conclusão que a questão (des)humana é o pivô da insensatez.
Nicete Campos
(11/01/2017)