Desde os primórdios o ser humano é doente, porém na contemporaneidade ele está desfigurado e irreconhecível, vide a dominação do fanatismo encarnada em suas ações.
“Deixa que os mortos enterrem seus mortos” (Mateus, cap. 8, versículo 22).
Sábias palavras retiradas do livro sagrado. Pena que muitos não as leram e/ou compreenderam o que elas realmente significam.
O homem, não deseja encarar seus próprio problema, seu medo, sua fragilidade, seu EU desconhecido. Se enquadra na sociedade como ela se apresenta, pois teme ser rejeitado, e sonha ficar para semente, ou, se possível, na história como a perpetuar sua vida inóspita, e talvez parecida com a daquele considerado imortal por ele.
Enquanto vive, segue fanático e idólatra até mesmo se o seu alvo é projetado em ídolos de barro fino.
“Renunciai às esperanças, vós que entrais” (Dante Alighieri)
Discorrer aqui sobre a agonia humana é por demais extenso e exaustivo, mas pode-se exemplificar com algo comum a quase todo o planeta: o futebol (isso para não falar de fanatismos maiores e/ou pontuais).
Quanto há de horror com crianças, jovens, adultos e idosos neste planeta?
“Ah se eu pudesse faria algo para exterminar com tanta desgraça!”, talvez dissesse a maioria do humanoide se lhe fosse perguntado.
Sofre de fato? Incomoda-se com os vivos? É solidário e mobiliza uma nação em busca de uma resolução? Faz tudo o que pode, ao menos até onde seus olhos alcançam? NADA!
O que acontece com seus pais, filhos, parentes, vizinhos, amigos e conhecidos?
“Isso não importa, são próximos, e, portanto, não merecem nada mais do que apenas algumas considerações e ações sociais”
Importa mesmo é que seu ídolo foi derrotado, seja pelo adversário ou pela morte.
Hipócrita! Do interior de sua lápide quer enterrar os vivos?
Que é inegável uma boa parte da sociedade agir como um bando de zumbis, isso é notório, vide como a mídia os domina.
Atenção raro leitor: repense e busque agir como ser pensante, objetivando ser de fato um SER que valoriza o que honestamente lhe diz respeito, pois a sociedade já está inflada com seus bezerros de ouro.
Nicete Campos
(02/11/2016)