O dia das mães é considerado um dos maiores dias a ser comemorado. Frases de efeito, poemas e discursos são amplamente divulgados por uma maioria massacrante. Todos os erros e defeitos inerentes ao SER são esquecidos quando se trata de homenagear a mãe. Nesse dia ela é rainha e santa!

Mídia e comércio fazem uma espécie de pacto para engrandecerem os tributos dados às mulheres que são mães. A religião as endeusa levando fiéis a temerem o fogo do inferno caso não a homenageiem conforme seus preceitos um tanto quanto exagerados.

Essa cultura arcaica se esquece das que são apenas e tão somente parideiras que não deveriam nem existir. Elas geram um SER, e, portanto, o que se espera é que tenham no mínimo a obrigação moral de cuidar do seu desenvolvimento sadio em todos os aspectos e ponto final. Afinal, ninguém pede para nascer. Biologia e fisiologia se encarregam de exercerem suas funções, e atualmente outros processos de cunho tecnológico e psicológico foram incorporados para se dar vida à outra vida. As que se dedicam exclusivamente a parir com intenções escusas podem ser consideradas mães de fato?

Para que leitores desavisados não saiam jogando pedras neste texto, é de bom alvitre que saibam que o escritor acredita em excelentes mães, mas não da maneira piegas que se apregoa por aí. Ao contrário, faz uma homenagem que nem sempre é lembrada: a da filha que inverte/mescla seu papel de mãe da mãe.

Independente de qualquer rótulo social quantas pessoas existem que são mães de fato?

Uma coisa bonita e interessante de se notar é quando a filha assume o papel de mãe da mãe, e se existisse um número suficiente de filha-mãe, existiriam menos mães depressivas, asiladas e solitárias.

Nem adianta pensar em frases do tipo “colhe o que se planta”, pois não é que aqui também há inversão de valores? Mães que só são parideiras com filha-mãe a lhe cuidar e vice-versa.

De qualquer modo, a intenção aqui é apenas a de lembrar que mãe, qualquer pessoa pode ser, desde que tenha princípios nobres de amor, solidariedade e desapego. Então, esse texto despretensioso quer apenas desejar um excelente dia das filhas-mães que quase nunca são lembradas. Felicidade dobrada às que conseguem ser mães de seus filhos e mãe de suas mães.

Agradecimento especial à uma linda pessoa de nome Paula que faz isso muito bem, e que inspirou esse pequeno texto.

Nicete Campos
10/5/2014