No dia 21 de setembro comemora-se o Dia da Árvore.

Não se sabe ao certo se deve ser comemorada a matança em massa dessa preciosidade, ou se a data ganha por ela foi apenas mais uma dentre outras que não deve ser levada a sério.

Muitos ambientalistas, ecologistas, biólogos e simpatizantes, por maior boa vontade que tenham, preocupam-se apenas em plantar e não desmatar.

Não desmatar e plantar qualquer árvore e em qualquer lugar, é o suficiente? Obviamente que não! A precária cultura popular que insiste em dar preferência às plantas exóticas e estrangeiras não é prerrogativa do Brasil, mas faz dele (Brasil) um dos maiores produtores de espécies não nativas. Das plantas que há muito tempo foram trazidas para cá e se adaptaram bem, nada mais se pode fazer, a não ser priorizar o plantio da nossa flora, abolindo de vez as de fora do país. Até mesmo dentro do Brasil, não se deve intercambiar plantas, pois necessário se faz levar em consideração o clima e o solo em que nascem espontaneamente, e deixá-las livres em seus habitat para que possam vicejar, florir, dar frutos e se multiplicar dentro do seu ambiente que lhe é totalmente propício.

A flora no geral se adapta bem quando é cuidada com o desvelo que ela merece, mas, em condições adversas, ela pode não florescer, não frutificar e não se multiplicar.

É muito comum verificar pessoas de boa vontade, mas sem noção alguma das implicações que é plantar uma árvore fora do seu tempo, em lugares equivocados, e sem os devidos cuidados que uma pequena árvore requer. Isso não é bom, pois pode causar grandes transtornos. Lembrando, o ecossistema é interligado por toda a variedade de riquezas naturais existentes. Além da verificação do solo, da localização natural, há que se pensar nos polinizadores e multiplicadores. É certo que o homem sempre arruma um jeitinho de fazer com que plantas e animais se “ajeitem” entre si, e isso parece o suficiente, mas, se ele pensar a longo prazo deverá levar em consideração as questões: qual e como será a mutação produzida na flora e fauna, e por consequência no homem? Como será que agiria se conseguisse vislumbrar que com a natureza não se brinca? Lembra-se, ou sabe o ser humano que ele faz parte do TODO, e que onde não há equilíbrio tudo pode ruir?

Monoculturas empobrecem a terra e dão guarida para os parasitas de sempre, principalmente as que pouca fotossíntese produzem como é o caso, por exemplo, da cana-de-açúcar, uma gramínea que virou forte moeda de troca.

Outra bastante prejudicial é a monocultura dos eucaliptos. Como já escrito em outro texto, este é o “Camelo da Flora”. Plantação onde o silêncio impera, e sorrateiramente vai secando e matando árvores nativas e rios.

Então, dia 21 de setembro comemora-se o Dia da Árvore. Ela está ficando velha e doente. Quem se habilita a cuidar dela como se deve?

Nicete Campos
18/9/2012