Mulher desempregada há 14 anos necessita de trabalho onde o empregador realmente precise de um profissional que prime pela ética, profissionalismo e entendimento do cargo que ela venha a exercer. O hábito do empreguismo está em alta, porém esta profissional pode, no máximo, acrescentar no seu curriculum vitae, cartas de recomendações de locais em que prestou serviços, pois o Q.I. (Quem Indica), que por ventura seja item indispensável ao trabalho esperado, ela não tem, e, caso tenha, espera-se que o empregador aplique as provas práticas, teóricas e entrevistas, sendo que, deve-se também levar em consideração outros fatores preponderantes, como por exemplo, a já esquecida educação de base (do lar), disposição e amor ao trabalho visando contribuir para a melhoria e o crescimento da empresa/entidade, respeito à hierarquia, boa vontade em ensinar e aprender, hábitos decentes no falar e trajar-se, fidelidade e discrição dentro e fora do seu ambiente de trabalho em tudo o que estiver relacionado com ele. Após esta etapa, caso seja a escolhida, outro item deverá ser cumprido, ou seja, a requerente deverá assinar um contrato mínimo de trabalho para que o empregador possa avaliá-la melhor.
Nas empresas multinacionais, e ainda nas nacionais, a maioria dos itens relacionados acima é cumprida, mas isso não se observa em “empregos públicos” pois, infelizmente, o Q.I. é uma fonte inesgotável de moeda de troca. Assim sendo, os valores éticos e morais não são bem observados, gerando com isso os chamados “cabides de emprego”. Essa modalidade tem se mostrado um tanto quanto desastrosa, já que o trabalho prestado por essa gente deixa muito a desejar. Basta constatar o quanto há de reclamação por boa parte da população que recebe estes serviços.
Pior mesmo, é que os empregadores deixam-se iludir por (des)vantagens advindas de tal comportamento, pois no final, eles acabam por se enredar nas próprias teias da ganância e vaidade por conta de moedas de troca. Todos acabam perdendo, mais cedo, ou mais tarde!
Está certo que o mundo anda imediatista e que todos estão voltados para os seus próprios umbigos. Não se preocupam com os jovens que mal e parcamente vão se formando e lotando o mercado de trabalho. Se esquecem que mais dias, ou menos dias, poderão cair nas mãos de pessoas incompetentes para coisas primordiais como, por exemplo, a saúde, a alimentação e tantos outros serviços de primeiras necessidades.
Aproveitando-me deste texto, devo dizer que não sou a favor de paternalismo, de cotas sociais/sexuais/raciais, pois preciso me cuidar e confiar, em quem se mostra profissionalmente competente e ético, e assim sendo, pouco me importa à qual classe que este profissional está inserido. Essa também é mais uma moeda de troca usada pelos espertalhões poderosos, e o que me indigna é constatar que uma boa parte dos que se beneficiam dessas cotas não se importam em serem usados, desde que a vantagem dessa simbiose perigosa caia-lhes como uma luva.
Todo e qualquer ser humano tem direitos iguais (assim diz a constituição brasileira), mas isso é só teoria, pois na prática, o que vemos são as exaltações das diferenças visando apenas estereotipar através de gêneros. O fato é que somos todos iguais, com capacidades semelhantes, e, portanto, basta investir no mesmo tipo de educação para todos, para que a concorrência seja igual e honesta.
Assim, não importa cor, raça, sexo, poder aquisitivo e outras desculpas mais, e sim, a competência que qualquer um de nós possa alcançar. Essa jogada de marketing perniciosa engana muita gente, mas não a essa trabalhadora que está há tanto tempo desempregada por conta da ignorância e esperteza de muita gente.
Nicete Campos
16/5/2012