Ano de eleições municipais, e hora de saber se mais do mesmo ainda surte efeito sobre a boiada votante. Intensifica-se o cerco com idéias gastas e copiadas de políticos raposas e suas fórmulas eficazes. Para os “esquecidos” (que são maioria), estas fórmulas funcionam muito bem, mas em tempos de inflação de candidatos, prevenir para não ter que remediar, ainda é o melhor negócio a se fazer. É muito boi pulando a cerca, é quantidade grande de vaca querendo nortear o caminho. Quem sabe neste ano alguma inovaçãozinha não venha a calhar?
Milagres! O povo adora milagres! Daqueles para santo algum botar defeito, e ao mesmo tempo, deixar o diabo feliz da vida!
Os que esquentaram seus quadris nas cadeiras estofadas dos gabinetes como prefeitos durante quatro anos, não querem que elas esfriem e percam seus cheiros, então é fazer o que manda o figurino e o marketing: várias inaugurações devem substituir as pedras fundamentais com seus belos fraseados emplacados que foram espalhadas por toda a cidade quando do começo de suas gestões; as promessas de desenvolvimento urbano (em detrimento do rural) virão aos borbotões; mais postos de saúde (os já existentes não precisam de manutenção, poucos votos dão); construção de escolas (as já existentes uma pincelada de tinta engambela bem); mais creches (idem); mais empregos (reforçar voluntariado e/ou salários míseros); asfalto (remendos e/ou de péssima qualidade); luz elétrica (conchavos com o Estado); tratamento de esgoto na cidade toda (quais os bairros que já tem?); plantio de árvores (qualquer uma serve para qualquer lugar); sonho da casa própria a preços accessíveis (caixinhas de fósforos); bolsas de todos os tamanhos e cores (esmolas para a boiada ruminante); transporte coletivo mais decente (o mesmo do mesmo); cotas raciais (branco não é raça); secretaria para atender a minoria de opção sexual diversa (minoria?), e mais um montão de blá-blá-blá.
Quais outros milagres poderiam prometer? Os “melhores” marqueteiros são disputados pelos pelegos, e estes sim devem colocar seus cérebros à serviço de Mefistófeles, pois tudo o que existe de fantasioso e mentiroso já foi dito. Não existe a necessidade de cumprir com o prometido (essa preocupação nem passa pela cabeça da maioria dos políticos), pois o mesmo do mesmo será dado ao povo.
Cultura e educação de qualidade, alimentação saudável, prevenção de doenças, direitos e deveres justos e equilibrados (uma pitada de Piaget com uma pitada de Pinochet deve resolver esta questão), acabar com o pa(ma)ternalismo que é o grande manipulador das massas, e outras tantas mazelas disfarçadas de bondades e igualdades, é o que daria algum resultado se tudo não estivesse tão corrompido.
Seja qualquer partido político que esteja no poder, nada há por fazer, pois a ética e a moral estão em processo de extinção nessa classe e na população, pois já se acostumaram a tirar vantagem de tudo e todos.
Havia uma propaganda política, onde certo partido dizia que “todos os outros partidos eram farinha do mesmo saco”. Apenas não se deram conta de que também deveriam se incluir neste mesmo saco.
Nicete Campos
16/1/2012