Maracujá faz bem para o Sistema Nervoso Central – SNC, pois é um sedativo natural encontrado nas folhas e frutos. A maioria das pessoas sabe que ele faz bem para os “nervos”, mas nem imagina que este fruto é rico em potássio, ferro, fósforo, cálcio, carboidrato e vitaminas A, B2 e C. Suas fibras auxiliam no tratamento de intestinos “ressecados”, e o chá de suas folhas, é excelente diurético.

É muito usado também na culinária, principalmente na forma de sucos, doces, geléias, sorvetes e licores

A flor do maracujazeiro, simbolicamente é chamada de “flor da paixão”, por conta da crença de que ela lembra os principais instrumentos da Paixão de Cristo: coroa, cravos, açoites e chagas. É uma flor de rara beleza, e muito perfumada (pena que “morre” tão cedo).

Mamangava é a única “abelhona” que poliniza a flor do maracujazeiro, mas ela anda sumida. Será porque ela não encontra mais suas amigas para “beijá-las”, ou elas estão fedendo a agrotóxicos?

E quem o ser humano pensa que é para matá-la, sendo que ela apenas se defende dos ataques com suas ferroadas doídas? É só deixá-la em paz, zanzando e zumbindo, fazendo o trabalho que lhe é peculiar e único.

O maracujá já não é mais o mesmo, e dificilmente se encontra o fruto em boas condições de consumi-lo. Por vezes pode-se ver na bancada de um supermercado, sacolões (ou como queiram denominar os locais que vendem frutas e verduras), um tanto de maracujá, mas será que ele foi colhido adequadamente? Estariam maturados (amarelos e enrugados), caídos no chão e recolhidos para o consumo, ou suas cores esverdeadas? São grandes ou pequenos? Pesados ou leves?

É fácil constatar quando este maravilhoso fruto está bom para ser consumido, e não é apertando-o. Apenas perceba se está amarelo e enrugado (há um outro tipo de maracujá roxo, mas o sistema é o mesmo), pegue-o delicadamente nas mãos para sentir o seu peso. Se estiver leve, praticamente não tem quase nada dentro, mas se for o contrário, ele está ótimo para ser saboreado, da maneira que bem desejar.

Aproveitando a deixa, os frutos (qualquer um deles), não foram feitos para serem amassados como massa de pão. Eles são delicados, e quando apertados, ou jogados de um lado para o outro, se “machucam”. Bem que as pessoas poderiam manusear um fruto, como se manuseia um bebê (sem citar as exceções humanas). Os frutos teriam vida mais longa, e sabor muito melhor.

Mas, cadê a mamangava? Cadê o maracujá? Ninguém se importa com eles! O maracujá está caro por conta da oferta? A mamangava sumiu? E daí?

E daí, nada! Os frutos vão sumindo/encarecendo, mas não há problema algum, pois somos seres mutantes, e como tais, pouco ou nada irá nos preocupar se, de repente, como em um passe de mágica nos transformarmos numa coisa, sem pé e sem cabeça! Melhor isso do que preocupar-se agora em tentar manter o equilíbrio natural do ecossistema. Prestar atenção devida à natureza, procurar aprender com quem sabe sobre as leis que a regem, multiplicando assim saberes, e “fiscalizar” os desavisados, é tarefa árdua para os que nada têm para fazer de melhor.

Povo insano que prefere se alienar e vagabundear entre os seus pares moscas, ao invés de querer “abelhar” como a mamangava e tantos outros polinizadores.

Nicete Campos
29/8/2011