Desde os anos 90, expressões como camada de ozônio, efeito estufa, aquecimento global, vem ocupando cada vez mais espaço na mídia, mas apesar disso, as pessoas, quando questionadas, franzem o cenho, esboçam um resmungo qualquer, e mudam rapidinho o rumo da prosa.
Há muito tempo, cientistas já previam que o aumento da emissão de agentes poluentes na atmosfera, como o gás carbônico, se tornaria um problema capaz de mudar os rumos e hábitos da humanidade, como: aumento da temperatura média do planeta e concentração de gás carbônico na atmosfera.
Furacões, secas, mudanças nas safras e lavouras, elevação do nível do mar, são problemas atuais, e mesmo assim, o homem continua a agir com total ignorância em relação à Mãe Terra que agoniza.
As vantagens tecnológicas, os bens de consumo, a produção industrial em larga escala trazem muita comodidade ao homem. Some-se a isso, a ausência da educação e o amor desmedido pelo capital, e eis aí uma equação de resultado exato que detona literalmente com o planeta terra.
O homem é algoz e vítima de uma situação insustentável que ele criou. Os já nem tão inocentes pagam pelos pecadores. A roda gigante, lotada de gente de todas as espécies não pára de girar um momento sequer, para que a substituição e/ou troca de peças/pessoas possa ser realizada. Uns até tentam pular fora dela na tentativa de que algo seja feito, mas aqui, estes pingos d’água não fazem diferença no mar, e os poucos grãos de areia não aumentam a praia.
Muito se fala em consciência. Teorias são exaustivamente debatidas nos meios acadêmicos e científicos, experts em meio ambiente trocam suas botas sujas de barro, para sentarem-se à mão direita e esquerda dos desgovernos, e novamente uns poucos doam suas vidas na lida diária tentando sarar a Mãe Terra. Operação tapa-buracos, onde as mãos são poucas, e os buracos são muitos.
O Engenheiro Florestal Miguel Milano já alertava há algum tempo atrás: “muitos dos processos destrutivos continuam em larga escala, como a colonização de áreas nos Cerrados e na Amazônia”. Disse mais: “Trabalhar pelo meio ambiente, num país injusto, carente e com tão baixo nível de educação como o Brasil, é tarefa dificílima”. Ele ainda tem esperanças, pois apesar disso, avalia que “o saldo é imensamente positivo”.
Bom, já diz o dito popular que a esperança é a última que morre. Penso que ela, a esperança, irá morrer juntinho, no exato momento que a Mãe Terra der seus últimos suspiros.
Nicete Campos
4/11/2008