Desde que o homem primitivo aprendeu a cultivar e a transportar plantas, vem ocorrendo um sério problema ambiental: a contaminação por plantas.
Nem os mais sábios homens poderiam prever as graves conseqüências e suas ocorrências. Ao longo da evolução, a necessidade para socorrer os setores agrícolas, ornamentais e florestais, fez com que os homens transportassem plantas de uma região para a outra, sem atentarem para o fato se suas ambientações climáticas, alimentícias e micro-orgânicas corresponderiam às mesmas à que estavam acostumadas.
À partir do Século XX, esses intercâmbios tomaram proporções alarmantes, trazendo grandes desastres ambientais ao mundo todo.
Além da falta de informação por parte da população leiga, e boa parte da acadêmica, que atuam ingenuamente, aumentando a dispersão de espécies exóticas (intencional ou involuntariamente), há também os interesses comerciais.
“Os conflitos de interesses residem em diferentes aspectos das atividades econômicas, ou seja, na agricultura, pecuária, florestal e no comércio de plantas para fins ornamentais e terapêuticos. Quando em qualquer uma dessas atividades se deseja fazer o controle de planta invasora por meio de produtos químicos, o conflito pode ser maior. Gera então mais um tipo de “conflito de interesses” com entidades preservacionistas. Estas entidades são as primeiras a protestar porque, se de um lado ameniza o problema da invasão e/ou dispersão, põe em risco o solo e os recursos hídricos, criando assim, pelo menos momentaneamente, um problema maior do que o aparente risco que a planta invasora estaria causando ao meio ambiente. O controle biológico é uma alternativa viável”. (José Henrique Pedrosa-Macedo, UFPR).
Impossível listar aqui todas as espécies exóticas invasoras, mas um estudo feito por vários pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, e compilados numa coletânea (“Princípios e Rudimentos do Controle Biológico de Plantas”), nos leva a refletir sobre QUANDO, ONDE, COMO, POR QUÊ e O QUÊ plantar.
A título de exemplificação, repasso na íntegra (retirada da mesma coletânea acima citada), a Braquiária (Brachiaria decumbens Stapf) e o Capim Colonião (Panicum maximum Jacq.) – Introduzidos de vários países da África como plantas forrageiras, hoje dominam as margens das rodovias. Estão também presentes nas margens das áreas de matas ciliares e áreas de reserva legal. São os estopins para incêndios destruidores da biodiversidade.
De qualquer modo, mais um problema ambiental foi detectado, e espera-se que haja ampla divulgação sobre plantas exóticas invasoras, conscientizando assim, cada vez mais pessoas, alertando para o grave problema de intercambiar plantas de um estado para outro, e principalmente de um país para outro.
Há que se atentar para a biodiversidade que se desequilibra ao introduzirmos espécies exóticas invasoras, pois micro-organismos, animais, rios e a própria mãe terra se ressentem e se estranham.
Princípios e Rudimentos do Controle Biológico de Plantas
Coletânea
Editores:
José Henrique Pedrosa Macedo
Edgard Alfredo Bredow
2004
Nicete Campos
16/2/2008