O manipulador necessita de fazer uso da interface (contato corporal e simbologias), para se fazer entender. Assim consegue séqüitos desprovidos da luz da mínima sabedoria. Enquanto a grande massa humana aumenta ao seu redor, acumula para si o que pretende e necessita, e estas não têm limites.

Habilmente conduz o SER escravizado e temporariamente feliz. Inverte as posições do Sagrado e do Profano. Um assume o lugar do outro, fazendo com que no cotidiano deste mundo (onde tudo é permitido), o Profano pareça NORMAL, e o Sagrado ANORMAL (uma incógnita).

Exemplos de inversão de valores são diversos e corriqueiros, mas religião e política assinaram pacto de imoralidade total, e lembrando que para toda regra há exceção, eis que aqui também os valores se invertem.

Não é para menos, já que uma aliada fortíssima (arriscaria dizer mais potente) resolveu dar cobertura total e geral às já idolatradas. Não somou, ao contrário extrapolou em esperteza os dois maiores poderes, e assumiu o lugar do Todo Poderoso: a MÍDIA!

Os dois maiores poderes (religião e política), mantém casos extremistas com a MÍDIA. Ora odeiam-na, e noutra adoram-na. À MÍDIA isso não a desabona em nada, aliás, ela é a própria interface. Sabe que manter o elo da inversão causal entre Sagrado e Profano é o seu papel de destaque. Carrega em si o ópio das vaidades, do apego desmesurado ao capital e ao poder.

Transforma o Sagrado em Profano e vice-versa, num piscar de olhos, num trocar de camisas, num doar de um bombom. Tudo muito simples, fácil e rápido.

É alimentada constantemente e com abundância pelos usurpadores da moral e da ética, e quanto mais a usam, mais se refastela dos horrores advindos da insanidade dos seus donos. Forte e poderosa, é o termômetro regulador da eficácia do método.

Onde a educação inexiste, o discernimento dorme profundamente. Um povo que se deixa conduzir tal qual boi no pasto (que rumina cabisbaixo), fortalece a MÍDIA, que por sua vez desempenha seu papel de maneira espetacular, sugerindo que Sagrado e Profano co-habitem harmoniosamente.

Nicete Campos
13/1/2008