O que há em comum entre estes santos festejados e o cão? Nada, a não ser a ignorância humana.
Até onde as culturas populares podem ser bem aceitas? Até onde a máxima “não ferir, para não ser ferido” se confrontarem.
A crueldade do homem praticada contra os outros animais vai além da moral ética. Mesmo quando se fala em sacrifício “necessário”, como por exemplo, no auxílio ao desenvolvimento de novas descobertas científicas até àquele que visa a morte como forma de exterminar o sofrimento, é questionada quanto à sua forma e natureza. Agora, o sofrimento imputado ao animal através da prática esportiva e/ou sadismo, deveria ser fortemente combatida.
Mas, aproveitando as festas tradicionais de Santo Antonio, São João e São Pedro, comemoradas em junho, cabe aqui, além dos alertas em relação ao meio ambiente como, soltura de balões que podem cair e queimar nossas matas, queimaduras nas pessoas por explosões de bombas e rojões, empobrecimento da terra causado por grandes e inúmeras fogueiras, também a surdez e estresse causado nos cães.
O cão realmente nada tem a ver com os santos mencionados, e sim, com o homem que os homenageia de maneira irresponsável. Bombas morteiras e rojões de tiros, quando explodem, produzem um enorme barulho. A audição refinada e sensível do cão, não suporta este tipo de estrondo. Assim, se desespera, se joga contra portas e paredes, corre desesperadamente de um lado para o outro, e termina por se estressar.
Até quando o ser humano continuará a agir pensando exclusivamente em si? Se considerar que não é o único ser com direito a desfrutar do planeta em que vive, se tentar compreender, prestando a devida atenção ao todo, que os outros animais são dignos de respeito, atenção e cuidados, poderia existir mais harmonia entre os diferentes seres que aqui habitam.
Se, o cão é considerado “o melhor amigo do homem” por estar mais próximo, e a simbiose existente os une de maneira ímpar, poderia supor que o respeito e o amor suplantasse toda e qualquer ação incomodativa, mas também aqui, observamos mais uma vez, a ignorância e a maldade existente no homem.
Quem não respeita o outro, não pode amar o seu próximo.
Nicete Campos
3/7/2007