O Dia Nacional da Araucária passa a ser comemorado na data de 24 de junho

- Tanto olhou para elas, deslumbrado enamorou-se de todas, incansável suplicava suas vidas, e no limiar do desespero, perdeu algumas batalhas um tanto quanto doídas.

Só não perdeu a esperança, pois essa o mantinha vivo. Não desistia de sonhos, sabia que tudo o que conseguira ao longo de sua vida, fora exatamente por não bater em retirada ao primeiro sinal de cansaço, ao primeiro som de ruidosos murmúrios.

Homem de lutas esmerou-se em artimanhas, apressou o compasso dos seus passos, redobrou a vigilância, zangou-se com a ternura típica dos que conhecem os labirintos do descaso, da insolência e da ignorância.

Saltitante moleque, não mais andou por ruas empoeiradas, apenas cimento e concreto e salas impessoais. Voltaria a visitá-las, somente com boas notícias, não era do seu agrado vê-las sofridas e impotentes, sumirem de sua vida.

Como contar histórias sobre uma determinada pessoa, que por ser persistente, obstinada e apaixonada, batalha por benefícios para lá de comum ao ser humano que é o meio ambiente? Não é tarefa fácil, já que o cenário não é glamouroso, e tampouco sua “escrevinhadora” faz parte da chamada mídia de massa. Quero apenas informar àquelas que leram “O Namorador de Araucárias” (texto nesse site e na Revista Eletrônica Envolverde), que esse namorador conseguiu o que pretendia, ou seja, um alento em forma de Decreto, que, espera-se, possa ser cumprido de fato. Para facilitar o entendimento desse texto, um tanto quanto subjetivo, transcrevo o que se segue, para que pequenas, mas justas homenagens possam ser feitas.

Concernente ao ofício s/n de 31 de janeiro de 2005 encaminhado a Excelentíssima Ministra do Meio Ambiente, solicitando ações no intuito de apoiar a proteção das Matas de Araucárias. Informo que foi instituído pelo Decreto Presidencial no. 5.433, de 25 de abril de 2005, o Dia Nacional da Araucária a ser comemorado na data de 24 de junho.

A cópia desse ofício que foi entregue ao Senhor Nelson Miguel Maffei, vindo do MMA (Ministério do Meio Ambiente), me foi entregue para divulgação, e como acompanhei de perto sua luta, e, aproveitando-me do texto que eu havia feito no passado, sobre sua arte de namorar a espécie Araucaria angustifolia, senti a necessidade de escrever em forma mais poética para rimar com a alegria excitante contida nesse ser humano, que namorou e casou-se com elas por nós.

Obrigada, namorador, arranje outros amores também esquecidos. Quem sabe possa encontrar, a fórmula da multiplicidade de toda a nossa flora, que há tempos anda perdida?

Nicete Campos
27/7/2005