A marca que indica origem de país para produtos de exportação (logotipo), sujou-se de sangue. A nova logomarca brasileira (Marca Brasil), divulgará e apoiará a comercialização dos destinos dos produtos e serviços turísticos brasileiros no mercado internacional. A imagem em forma de logotipo (símbolo), irá representar a imagem do turismo brasileiro, assim como a imagem dos principais atributos de exportação do país, no exterior, segundo a Agência Sebrae de Notícias de 18/02/2005.
Quando temos oportunidade de viajar para o exterior, e nos deparamos com nossos produtos tipo exportação com a logomarca da bandeira brasileira e a inscrição “made in Brazil”, o orgulho patriota brota nos olhos em forma de brilho e gotas de alegria, apesar de saber que brilho febril e gotas de tristeza do nosso povo, estão também ali estampadas.
De todo modo nossas cores verde, amarelo, azul e branco são marcadas em nossos cérebros, desde o nosso nascimento. Aprendemos a amar despudoradamente nossas cores que tão bem são cantadas em verso e prosa. Não aceitamos intrusos que desvirtuem, retirem, ou acrescentem cores e formas, no intuito de deixarem suas marcas particulares para que sejam levadas ao mundo. Não são patriotas esses que pensam ser os únicos donos de um país. Há uma pequena confusão maldosa que precisa ser esclarecida: O BRASIL É DE TODOS AQUELES QUE DEIXAM SUOR E SANGUE NA LABUTA CONSTRUTIVA DE UM TODO. Os egoístas, egocêntricos, usurpadores da dignidade alheia, mentirosos, corruptos e deslumbrados, devem ser exportados para a conchinchina com a cor que os caracteriza tão bem: VERMELHO.
Não falo do vermelho derramado em defesa dos direitos e dos deveres, falo sim do vermelho que aterroriza, que cerceia liberdades (inclusive a de expressão). Esse vermelho sujo que escorre corrompendo o ser imbecilizado pela sociedade capitalista, vermelho que sobe à cabeça enlouquecendo os doidivanos matreiros. Como cobras na moita que esperam a hora do bote, esses esfomeados que estão no (des)comando, aguardam o caos provocado por suas insanidades ser instaurado, para, no meio da confusão, articularem meios de se projetarem e usurpar mais um pedaço do bolo feito por tantos, e de todas as gerações.
Pois bem, o bote foi dado. A ferida abriu-se fétida e purulenta, o sangue vai escorrendo e secando em lugares estratégicos. Não se consegue estancar o sangue, e ele continua a manchar. Agora mancha de vermelho nossas marcas brasileiras. Que seja! Usem e abusem dos estrangeiros como bodes expiatórios. Nesse caso, a Marca Brasil tem o vermelho como desculpa de esfarrapado, própria de moleque travesso que quebra a janela do vizinho, e deixa o outro amigo levar a culpa.
Um exemplo de “sem noção” de que o Brasil é de todos, está na matéria veiculada pelo jornal FOLHA DE S.PAULO. Na página B10 (DINHEIRO), do dia 19 de fevereiro de 2005, foi publicada uma matéria com o seguinte título: Marca Brasil tentará promover exportação. Transcrevo parágrafo estapafúrdio dessa: “O primeiro a conhecer a Marca Brasil foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No relato de Furlan, a apresentação ocorreu recentemente, quando o presidente e sua mulher voltavam do Suriname no “Aerolula”. A reação da primeira-dama não poderia ter sido mais efusiva. “Eu quero!”, teria dito ela ao ver a marca aplicada sobre produtos como bebidas, chinelos e cangas. Infelizmente, não foi possível atendê-la, pois os objetos mostrados eram apenas simulações feitas pelos designers sobre produtos conhecidos”.
Puxa! Ela quer? Na hora? Precisa explicar que o pedido dela é uma ordem, mas que tem coisas que precisam ainda ter que ser confeccionadas! A piscina do Congresso, por exemplo, estava lá, cheinha de água tratada, e então o filho dela e amigos podem querer e ter na hora, mas o vestidinho de sua filhinha e a grande festa de aniversário, teve também que esperar para ser usufruida. Ninguém explicou à Dona Marisa que existem coisas prontas, semi-prontas, cruas e projetadas que podem ou não serem de acesso imediato? Olha só que essa gente é capaz de querer um dos astros do firmamento, e por se achar acima da Natureza, acreditar que querer é poder!
Dá licença...
Nicete Campos
21/2/2005