Entre dois extremos existem N variâncias, e se procurarmos o equilíbrio perfeito iremos encontrá-lo exatamente no meio desses dois extremos. Matematicamente falando isso é simples de se fazer. Basta entender algumas regras e o equilíbrio é facilmente descoberto.
Infelizmente isso não se dá quando o assunto refere-se ao ser humano. As variâncias são tantas e tão complexas que seria loucura exigir tal equilíbrio. No entanto, o que se deve buscar é a máxima aproximação desse ponto mediano para que se possa ser mais coerente e errar menos. Uma boa opção é, por exemplo, aquela bíblica, onde se lê que não devemos desejar ao próximo aquilo que não desejamos para nós mesmos.
Acontece que o ser humano, principalmente em sociedade capitalista, costuma voltar-se para seu próprio umbigo. O egocentrismo é tão grande e infame que ele se justifica usando medidas diversas para pesos iguais ou vice-versa. Não só não consegue aproximação do ponto de equilíbrio como se distancia bastante de maneira vil e covarde. E, quando poderes efêmeros são introduzidos em sua rotina, aí sim a ignorância que deseduca, se faz presente de maneira contundente.
Uso aqui o caso do Partido dos Trabalhadores que quando oposição usou um peso e uma medida. Bastou estar no poder para adotar uma postura ditatorial, assumindo a doutrina do capitalismo absoluto. Agora o “venha a nós e ao vosso reino nada” prevalece. O senhor presidente e seus ministros tratam os assuntos sociais, com o mesmo desprezo com que foram tratados quando apenas faziam parte da massa trabalhadora.
Existe um ditado popular que diz o seguinte: “aquele que sofreu na pele as agruras da vida, será o mais capacitado para gerir a vida dos outros”.
Baseada nesse dito gostaria de questionar sua pretensa veracidade, a tal da sabedoria popular, pois nada é mais ululante em termos de justificativa de dois pesos e duas medidas, do que esse governo que aí está.
O fato é que o ser humano facilmente se deixa corromper e se deslumbra de tal maneira esquecendo-se da maior lei existente na face da terra, que é a lei do retorno. Essa lei pode até não ser visível, mas ela existe, vide a felicidade incompleta que permeia a existência de cada um de nós.
Nicete Campos
12/12/2003