O concurso literário de Piracicaba, que teve seu “IV Prêmio Escriba de Contos” amplamente divulgado, foi extremamente prestigiado não só pelo Estado de São Paulo como também por vários estados e alguns países, culminando, através de seleção e premiação, num livro de contos belíssimo. Através da Secretaria de Ação Cultural da Prefeitura do Município de Piracicaba, esse concurso contou com 630 inscrições e 1860 contos.
Faço uso das palavras do poeta Esio Antonio Pezzato que diz: “não penso em contos, em cantos, penso encantos”. Nessas palavras líricas podemos perceber a profundidade de emoções colocadas num concurso, orgulho imbuído de cidadania onde, somente aos sábios é dada a sensatez de saber que o único caminho possível para o desenvolvimento coeso é alicerçar-se na educação e na cultura.
Segundo o Secretário da Ação Cultural do município de Piracicaba, Heitor Gaudenci Junior, o Prêmio Escriba de Contos foi regulamentado através de Lei, sendo atualmente o maior e mais respeitado prêmio dentro do gênero.
O fato é que não só houve regulamentação de Lei. Fizeram também com que ela fosse cumprida em toda a sua plenitude. Colocaram o cérebro e a “alma” para que um objetivo brilhante fosse atingido, que é o de propagar, difundir a cultura de uma maneira ampla e eficaz, congregando pessoas não só do âmbito “familiar”, mas de uma maneira totalmente democrática, vide inscrições de localizações diversas, fora do reduto de politicagem, provando com isso a intenção maior: amor e consciência literária como uma das saídas para um país que vive na caoticidade da ignorância por conta de valores egoístas que aqui não valem a pena enumerar.
Quero parabenizar os incentivadores e organizadores do Prêmio Escriba de Contos. Por ter tido contato com o livro elaborado com os contos premiados, repasso parte das considerações feitas pelo Professor José Machado, Prefeito Municipal de Piracicaba, a quem não conheço, mas que já conquistou minha admiração por suas palavras colocadas poeticamente e não demagogicamente.
“Isso mostra que no Brasil não faltam escritores. Falta o público leitor, faltam editoras brasileiras darem mais valor ao nosso literato. Enquanto importam-se obras de valor discutível e faz-se delas um estardalhaço em publicidade, o nosso Escritor vai escrevendo e colocando na gaveta, ainda na gaveta, quase tudo o que escreve. Poucos têm oportunidade para publicar, sempre às suas custas, um livro. Mesmo assim, com o livro publicado, a colocação dele no mercado sofre todos os tipos de restrições, e isso não cabe aqui comentar, pois é sobejamente conhecido....Estamos fazendo a parte do beija-flor, tentando apagar o fogo na floresta. Que venham outros beija-flores que, iguais a nós, semeiem esses contos em outras Antologias como nós todos os anos, desde 1990, temos feito. Se assim for feito, seremos não somente uma Nação de escritores, mas também uma Nação de leitores”.
Nicete Campos
20/11/2003