Esse texto, eu gostaria de pedir licença para dedicar a Paulinha Homem de Mello (dona da poção encantada)
Era uma vez, uma linda menina que tinha o dom de transformar em coisas belas, as feias que a cercavam. Sorriso eterno no rosto e bondade constante nos olhos, ela trazia nas pequeninas mãos a poção mágica da felicidade.
Onde a discórdia reinava, ela entrava e apaziguava. Apesar das palavras rápidas virem acompanhadas de gestos frenéticos, a voz soava doce em argumentos certeiros. Opinava ponderadamente, e com humildade, defendia seus direitos. Transformava-se em dragão quando a deslealdade, a inveja e a ganância teimavam invadir o meio para desestruturá-lo.
Guerreira, lutava pela liberdade de idéias e ideais. Encarava o novo, o desconhecido, com o eterno sorriso no rosto, dando-lhe boas vindas com os pés no chão. Até os mais sórdidos pensamentos destruidores, acabavam por ruir perante tamanha solidez de caráter.
Porém, quando o pequeno meio em que havia feito pousada se harmonizava, ela juntava sua poção mágica e com asas coloridas de grandeza infinita, voava para um outro meio e ali reiniciava seu trabalho de difusão de conhecimentos de paz entre os seres humanos.
Sabia que o homem não nascia mau. Apenas a alguns não haviam ensinado o bem, então, empenhava-se num processo pedagógico rápido e eficaz, pois tempo não havia a perder. Se muito demorasse ou acaso se cansasse, o mundo iria logo, logo se definhar, pois não era que já há algum tempo ele vinha de mansinho se deteriorando? Acaso rios e matas estavam intactos, ou os animais se multiplicando, ou ainda, a estagnação do homem acabado? Então a poção não podia também acabar!
Voou para longe, foi buscar ajuda naqueles que aprenderam com o desgaste do tempo. Lá iria lembrar que o conquistado não deve ser desprezado, e aqui, trataria de logo voltar com fórmulas que outrora foram guardadas, para serem sabiamente empregadas, num país que foi abençoado por Deus.
Nicete Campos
18/9/2003