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Curso de capacitação para quê?
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Quando se fala em curso de capacitação, seja ele qual for, o que se espera é que as pessoas que dele participaram possam estar melhores habilitadas para exercerem suas funções de maneira mais coesa, aplicando seus novos conhecimentos nos seus locais de trabalho, e se possível, servindo de multiplicadores para que um resultado maior e melhor possa ser alcançado.

Para variar, o que ocorre é que no afã de propagandear “serviços prestados à comunidade”, os politiqueiros plantonistas se esquecem ou não sabem, que fundamentalmente, seja qual for o tipo de capacitação que se deseja (melhor seria que se necessitasse), há que se primar pela sua carga didática. Não há espaço mais para o simples ensinar do ofício. Foi-se o tempo em que a educação de base era quase que nata na maioria das pessoas. Hoje, nos vemos obrigados a conviver diuturnamente com uma gama enorme de pessoas que se esquecem da máxima que é: “a liberdade de uma pessoa vai até onde começa a da outra”. As pessoas simplesmente perderam o parâmetro da boa convivência, pelo simples fato de não possuírem educação de base; aquela que deveria ser ensinada e colocada em prática desde suas casas.

Mas vamos sem mais delongas para um exemplo prático: alguns cursos de capacitação estão sendo oferecidos para os funcionários da Prefeitura Municipal de São Carlos, e dentre eles, o de jardinagem e paisagismo que está sendo feito em conjunto com a FESC - Faculdade de Ensino de São Carlos. As aulas são teóricas e práticas (apostilado e de campo). Além da FESC, a praça XV de Novembro foi também escolhida para as aulas de campo.

Até aí tudo bem, já que a referida praça há muito estava precisando passar por uma recuperação vegetativa. Depois era só cuidar da limpeza, manutenção, iluminação, distribuição de containers para lixos diferenciados, recuperação e/ou troca de bancos e guias da calçada e pronto. Nos daríamos por satisfeitos em saber que ao menos nessa praça, onde feiras de artesanato acontecem, onde o fluxo de pessoas é grande, de localização estratégica (comércio, santa casa, universidade, residências) poderíamos ter orgulho e prazer em poder passar ali, alguns momentos de descontração e beleza.

Seria tudo muito bom se não houvesse um SENÃO. Ensinamento dado, desprezo triplicado. A vegetação nova ali introduzida carece de cuidados especiais como, por exemplo, hidratação e alimentação. A praça necessita de cuidados diários, e que sejam feitos por pessoas que entendem e tenham amor pelo que fazem. Para que reciclar pessoas que não servem para multiplicar?

Ah! E antes que eu me esqueça, gostaria de perguntar: quando será, que o Horto Florestal terá mudas de vegetais suficientes, para o embelezamento e a minimização de alguns problemas que afetam a nossa cidade?

Esse governo é participativo? Eis minha contribuição. E a contribuição daqueles que trocaram algumas horas semanais de trabalho, para poderem participar do curso de capacitação, de fato estão capacitadas? Então, mãos à obra! Não deixem a praça morrer. Está certo que parecemos bois no pasto, mas não queremos ver nossos parcos tostões serem transformados em capim.



Nicete Campos
22/08/2003


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